Boas Práticas na Aplicação de Sistemas ETICS
O sistema ETICS (External Thermal Insulation Composite System), também conhecido em Portugal por “capoto”, é uma solução cada vez mais adotada para melhorar o desempenho térmico das fachadas. Ao aplicar isolamento pelo exterior, conseguimos reduzir perdas de calor no Inverno, limitar o aquecimento excessivo no Verão e eliminar pontes térmicas.
No entanto, a eficácia e durabilidade do sistema dependem decisivamente da qualidade de execução. Muitas patologias (fissuras, descolamentos, infiltrações) decorrem de falhas na aplicação, não de deficiências nos materiais. Por isso, seguir boas práticas em cada etapa da obra é essencial.
Este artigo destaca os principais cuidados que devem nortear a execução de um sistema ETICS com rigor técnico.
1. Preparação do Suporte
A base sobre a qual o ETICS vai assentar é determinante para o sucesso do sistema:
O suporte deve estar resistente, limpo, estável e sem partes soltas ou degradadas.
Irregularidades excessivas (desníveis) devem ser corrigidas com argamassa antes do início.
Se houver fissuras preexistentes, identificar sua origem — se estrutural, devem ser tratadas previamente; se estáveis, podem ser preenchidas antes da colagem.
Suportes com pintura, revestimentos cerâmicos ou superfícies lisas exigem tratamento (remoção, primário de aderência ou rugosidade) para garantir a aderência do sistema.
Em condições de humidade elevada no suporte ou risco de humidade ascendente, deve garantir-se uma barragem contra essa humidade antes de aplicar o sistema.
Antes de avançar, convém executar ensaios de aderência (pull-off) para confirmar que o suporte apresenta resistência suficiente.
Estas orientações são alinhadas com critérios técnicos usados em projectos de ETICS.
2. Perfis de Arranque e Dimensões de Segurança
Instalar um perfil de arranque nivelado, aproximadamente 15 cm acima do solo acabado. Isso permite evitar a capilaridade da humidade.
Deixar um pequeno espaço (2 a 3 mm) entre perfis adjacentes para permitir sua dilatação térmica.
Fixar o perfil com parafusos apropriados (máximo ~30 cm entre fixações, com distância pequena às extremidades) para assegurar estabilidade.
3. Colagem e Fixação do Isolante
A colagem é a base de adesão entre o isolante e o suporte. Deve-se procurar colagem total (barramento completo) sempre que possível, ou método “cordão + pontos” quando o suporte exigir.
Deixar livre uma faixa de cerca de 2 cm junto às bordas da placa para evitar que a argamassa entre nas juntas entre placas.
Após o endurecimento inicial da cola, aplicar fixações mecânicas (buchas), não como substituto da colagem, mas como complemento de segurança.
A densidade e posicionamento das fixações dependem da zona de vento, altura da fachada e tipo de suporte.
As placas devem ser dispostas de baixo para cima, com juntas desencontradas — nunca coincidentes entre fileiras — para evitar descontinuidades térmicas.
4. Tratamento dos Pontos Singulares
Os pontos singulares são críticos porque concentram tensões e diferenças construtivas:
Em cantos, vãos de janelas/portas, união de materiais, beirais, etc., deve-se reforçar com telas de fibra de vidro de alta resistência e compatíveis com o sistema.
Usar perfis especiais (cantoneiras, perfis de remate) para proteger arestas e melhorar acabamento.
As telas devem ser sobrepostas com recobrimentos mínimos — por exemplo, 10 cm, conforme recomendações do sistema.
5. Camada de Base Armada e Revestimento Final
Aplicar argamassa de regularização / camada de base com rede incorporada para reforço estrutural e distribuir tensões.
A tela de fibra de vidro deve ficar no interior desta camada, normalmente no terço exterior da espessura.
O revestimento final (acabamento) deve ter características adequadas: permeável ao vapor, resistente às intempéries e com cores de reflexão não excessivamente escuras (para evitar aquecimento excessivo).
Antes do acabamento final, aplicar um primário para uniformizar a absorção e promover aderência entre a camada base e o acabamento.
6. Cuidados com o Clima, Humidade e Execução
Evitar aplicar sob chuvas, geadas, calor excessivo ou ventos fortes.
Se possível, proteger a fachada com toldos ou andaimes com coberturas para mitigar variações climáticas durante a cura.
Garantir secagem adequada entre camadas antes de prosseguir.
Monitorizar humidade residual do suporte e das argamassas antes da aplicação subsequente.
Respeitar os tempos de espera definidos pelos fabricantes.
7. Drenagem e Proteção de Rodapés
Impermeabilizar o rodapé antes da aplicação do ETICS é fundamental, para evitar que a humidade ascendente comprometa o sistema.
A impermeabilização deve subir pelo menos 30 cm acima do nível do pavimento acabado.
Se houver risco de impacto ou abrasão, proteger essa zona antes de aplicar o sistema.
Conclusão
Seguir boas práticas na aplicação de sistemas ETICS não é opcional: é determinante para garantir desempenho térmico, durabilidade, integridade estética e evitar patologias prematuras.
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