Dimensionar sistemas de isolamento térmico e impermeabilização segundo a regulamentação europeia
O dimensionamento correto dos sistemas de isolamento térmico e de impermeabilização é essencial para garantir a eficiência energética e a durabilidade dos edifícios. A nível europeu, existem normativas específicas que definem os requisitos técnicos e os métodos de cálculo necessários para assegurar o desempenho adequado destes sistemas. Neste artigo, analisamos os principais pontos a ter em conta no contexto da regulamentação europeia e a sua aplicação em Portugal.
Enquadramento regulamentar europeu
Em 2023, a União Europeia reforçou a sua estratégia para a descarbonização do sector da construção, estabelecendo metas exigentes:
A partir de 2030, todos os edifícios novos devem atingir, no mínimo, a classe energética E.
Em 2033, esta exigência sobe para a classe D.
Entre 2040 e 2050, o objetivo é alcançar a neutralidade carbónica em todos os edifícios.
Entre as medidas promovidas para reduzir o consumo energético destacam-se:
1. A aplicação de sistemas de isolamento térmico pelo exterior (ETICS);
2. A utilização de coberturas eficientes, como coberturas refletoras (Cool Roof) ou coberturas ajardinadas;
3. A substituição de sistemas de climatização e aquecimento por soluções mais eficientes;
4. A instalação de painéis fotovoltaicos e outras fontes de energia renovável.
Normas europeias aplicáveis ao isolamento térmico
Para garantir o desempenho térmico dos edifícios, existem várias normas europeias de referência:
EN 12831 – Método de cálculo das necessidades térmicas dos edifícios;
EN ISO 6946 – Determinação da resistência térmica e da transmissão de calor em elementos construtivos;
EN ISO 13786 – Avaliação da inércia térmica dos materiais e sistemas construtivos.
Estas normas permitem dimensionar corretamente os sistemas, tendo em conta fatores como o clima, a orientação do edifício, os materiais utilizados e o tipo de utilização do espaço.
Normas europeias para impermeabilização
No caso da impermeabilização, as normas europeias garantem a proteção dos edifícios contra a água e a humidade:
EN 13948 – Ensaios de resistência à penetração de raízes em membranas impermeáveis;
UNE 104401 e UNE 104416 – Normas técnicas espanholas com aplicabilidade prática também em Portugal, que estabelecem critérios de controlo e manutenção de coberturas planas.
Estas normas contribuem para o correcto desempenho das coberturas, evitando infiltrações e prolongando a vida útil dos materiais.
Aplicação no mercado português
Em Portugal, o desempenho térmico dos edifícios é regulado pelo Sistema de Certificação Energética, gerido pela ADENE, e pelo Regulamento de Desempenho Energético dos Edifícios. Estes instrumentos incorporam as exigências europeias e aplicam-nas ao contexto nacional, considerando a nossa climatologia e os requisitos legais em vigor.
Os profissionais do setor devem ainda respeitar o Regulamento (UE) n.º 305/2011, relativo aos produtos de construção, que define as obrigações de desempenho e marcação CE.
Responsabilidade técnica
Arquitetos, engenheiros e projectistas são responsáveis pela seleção de soluções técnicas adequadas e conformes com a legislação. O não cumprimento das normas pode resultar em penalizações, atrasos na obra ou falhas de desempenho que comprometem o edifício a longo prazo.
Conclusão
Dimensionar corretamente os sistemas de isolamento térmico e impermeabilização, de acordo com as normas europeias, é fundamental para garantir edifícios energeticamente eficientes, duradouros e sustentáveis. A SOPREMA disponibiliza soluções testadas, inovadoras e em conformidade com todos os requisitos legais para responder aos desafios do futuro.